segunda-feira, 7 de março de 2016

TEIA AMBIENTAL - TUDO VALE A PENA SE A ALMA NÃO É PEQUENA

Meus caros leitores, muitos alegam dificuldades para mudar de hábitos e se adaptar aos novos tempos, com economia de energia, zelo pelas árvores das ruas e dos quintais, menos carros poluindo o ar e menos lixo contaminando as águas.

O argumento predominante é que, a preocupação com as condições ambientais atravanca o progresso. Esses predadores da natureza, em nome de seus agronegócios ou indústrias poluentes, defendem o lema do “liberou geral”.

Ao tomar conhecimento da existência dessas criaturas, quase sempre em posição de destaque na sociedade, imagina-se seres demoníacos que estão prontos a incendiar uma reserva florestal para plantar soja. Mas, qual não é a nossa surpresa, quando nos deparamos com um velhinho de boa aparência, cercado de filhos e netos.

Nessas horas, não posso me furtar de compará-los com os poderosos chefões, sempre zelando pela família, enquanto mandam matar, os que tentam prejudicar seus negócios. O mundo está cheio de contradições, mata-se em defesa da vida, destrói-se para construir uma nação mais rica, suja-se a natureza, para produzir alimentos mais limpos e higiênicos.

O homem, de repente, perdeu o controle da nave Terra, quando planejou uma órbita nova e mais progressista, para que ela girasse pelo espaço por caminhos modernos. A Terra está prestes a perder o rumo e se perder pelo espaço à fora.

Por que essa obsessão pelo progresso financeiro, ainda que às custas da falência da qualidade de vida? Quanto mais ricas são as nações, mais doente é o seu povo. E, por doença entendamos todo o tipo de desgraça que se abate sobre a nação, pragas, epidemias, violências e guerras.

O mundo está doente por ter optado, a partir de um certo momento, pela riqueza material ainda que em prejuízo da saúde e do bem-estar social. O dinheiro é o alimento dos ambiciosos, o poder a saúde e a fama, a felicidade. Tudo falso e passageiro.

Se olharmos para os lados, vamos encontrar pobres e doentes, sem condições de sobreviver. Eles podem estar logo ali na esquina ou do outro lado do oceano, nem importa como se chamam ou em que país nasceram, eles precisam de parte da fortuna que os ricos aferrolham em seus cofres.





Com a pobreza surgem as doenças, com suas bactérias e larvas que provocam epidemias que atravessam com a mesma velocidade a rua do bairro ou o mar que parece afastar o perigo. Sem que se dê conta, o homem rico morre da mesma doença do pobre, ainda que reconhecida por um diagnóstico que lhe dê um certo ar de nobreza. Tolice! A origem é a mesma, o destino também.

A humanidade precisa mudar seus conceitos. Pobres e ricos têm que zelar pela casa onde moramos, que, queiram ou não, é o único lar disponível – a Terra. Destruir a Natureza é acabar com a vida.

Está bem, eu até concordo que, muitas vezes, é preciso fazer algum sacrifício. Mas, saudemos a sabedoria imortal do grande Fernando Pessoa, fazendo eco de suas inesquecíveis palavras, que podem dar um alento para o futuro da humanidade – Tudo vale a pena, se a alma não é pequena.