segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

MENSAGEM DE NATAL

Meus queridos leitores e amigos:

O nosso ano 8 está se aproximando do fim. Ele não foi nem melhor e nem pior do que os anteriores e dos que virão após. Nós, sim, podemos ter sido melhores ou piores do que vínhamos sendo nos anos anteriores.

Não é o estudo que nos faz melhor, e nem a religião. Não é a vontade de ser melhor que nos torna mais dignos da admiração e de elogios, mas as nossas atitudes e as palavras pronunciadas com educação e respeito.

A rede social serviu de termômetro para medir a temperatura da espiritualidade da sociedade moderna. E, ao consultarmos o termômetro percebe-se que o mundo está doente, precisando de um tratamento espiritual intenso, para que não seja dizimado pelo ódio e por uma crescente ganância por poder e dinheiro.

O Natal que se aproxima encontra o mundo sob ondas de terror e violência. A fraternidade natalina sente dificuldade de encontrar espaço para deixar sua mensagem de otimismo quanto ao futuro. O que se escrever sobre paz e amor pode parecer falso e hipócrita, como eram as palavras dos escribas e fariseus que pregavam a justiça pela religião, e foram condenados por Jesus.

Quanto tempo ainda, a humanidade vai empregar uma linguagem falsa, para encobrir suas verdadeiras más intenções? Quantos estão preparados para se sacrificar pelos mais fracos e miseráveis? Quem quer a justiça que beneficie a todos, em vez daquela que privilegia somente os que têm o poder nas mãos? Quem deseja, sinceramente, paz e amor para seus semelhantes, independente de crença, raça e cor?

A minha mensagem de Natal vai dirigida para meus aprendizes, discípulos do Mestre Saint Germain, que nos dá proteção e segurança. A minha mensagem vai, especialmente, para aqueles que conseguiram vencer as barreiras que os impediam amar e perdoar a quem lhes fez sofrer.

Eu não celebro o Natal só com os que me amam, mas com todos, até com os que não me querem bem. Desejo que todos tenham, neste findar de mais um ano, uma comunhão amorosa com a família, e que isto se reflita em suas ações generosas, por todo o ano que vem.

Oro pela paz mundial. Oro pela pacificação da sociedade brasileira. Oro pelas famílias, que precisam retomar a sua condição de inspiradora das virtudes humanas. Mas, antes de tudo, oro pelos que sofrem do mal da crueldade discriminadora, que qualifica pela cor, pela fé, pela religião e, até mesmo, pela paixão clubística ou partidária. Que a Divindade, que não tem cor, nem sexo, nem religião, nem torce por facções, tenha piedade desses seres que pregam a justiça através do ódio e das armas!

Com muita esperança na Justiça Divina, e confiante nos movimentos espirituais que, pelo mundo afora, preparam mestres para realizar a grande transformação na face da Terra, desejo a todos um Feliz Natal. E, que 2016 faça jus ao 9 que fará vibrar as energias do planeta, induzindo a humanidade a servir mais do que exigir ser servida, a amar mais do que esperar ser amada.

A energia 9 é caridosa e humanitária, mas não admite ser burlada, enganada ou traída. Esperemos que a energia predominante influencie cada criatura a ser uma digna imagem do Criador. Doando, perdoando e servindo.

Que venha o ano 2016, e que nos encontre conscientes de nossos deveres para conosco e para com o próximo.

Dezembro de 2015.

Gilberto Gonçalves.







segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

TEIA AMBIENTAL - NÃO É PRECISO SER PAPA PARA CONDENAR A ECONOMIA DOS RICOS



Meus caros leitores:
não se pode mais falar de ecologia e ambientalismo, sem mencionar a economia criminosa e suicida que se pratica no mundo capitalista. Quem decidiu tratar do assunto foi, simplesmente, o Papa Francisco, que o fez muito mais como um cidadão comum, do que na sua condição de líder católico. Afinal de contas, não é preciso ser Papa para condenar a economia dos ricos.
 “Em sua última Encíclica, o Papa denuncia a ‘dívida ecológica’, ou seja, o fato de que, extraindo hoje da natureza mais do que ela é capaz de nos dar, acumulamos uma dívida muito maior do que todos os bilhões que os países pobres estão devendo aos Bancos Internacionais e às nações do chamado Primeiro Mundo.
 De acordo com o Professor de Economia Gäel Giraud “O ser humano é, antes de tudo, um ser em contínuo relacionamento. Com Deus, com outrem, com a natureza. E quando danifica uma dessas três relações, ele danifica automaticamente as duas outras. O verdadeiro progresso é a cura do que está ferido nessas relações, é a regeneração de uma maneira santa de nos relacionarmos uns com os outros, com Deus e com a natureza”, complementa o pesquisador. De acordo com o economista, a finança é o principal empecilho para o progresso da humanidade.
 Frente a tal cenário, Gaël reforça o discurso de Francisco e argumenta que as alternativas para o momento de crise estão com a potência criadora dos pobres. “São os pobres que inventarão formas humanas e dignas de vida. A economia solidária, a partilha, as cooperativas, a economia circular são exemplos dessas invenções”.
 Conforme palavras do cientista francês, a Encíclica do Papa Francisco privilegia a manutenção das condições de vida decente para todos no planeta. A racionalidade econômica dominante, essa que se expressa através da dita economia neoclássica, parte da hipótese de que a maximização do lucro pelas empresas e a concorrência são o segredo da prosperidade. O Papa Francisco diz simplesmente que isso é uma mentira. Mas, insisto que, não é preciso ser Papa, e nem mesmo um religioso, para chegar a esta triste conclusão.
 Alegar que o lucro privado e a concorrência vão garantir a prosperidade e, em particular, garantir condições de vida digna para todos num planeta que é finito é uma mentira. E isto está comprovado na situação em que se encontram muitos povos na face da Terra, num estado de pobreza absoluta. Enquanto isto, algumas nações gozam da riqueza total, quase em sua maioria, explorando as nações mais pobres.  
 Na opinião do Professor Gäel, a palavra do Papa Francisco confirma a denúncia feita pelo teólogo protestante Jacques Ellul, de que é uma grande ilusão acreditar que a técnica nos salvará do desastre climático e ecológico. Ou se muda radicalmente o modo de vida, ou não se pode esperar salvação numa possível, mas improvável, tecnologia que vencerá o desafio ecológico.
O desajuste climático surge, de repente, como a injustiça social em mais alto grau. De fato, ele afetará muito mais rápido e de forma muito mais duradoura os mais pobres. Tanto os países do Sul mais pobres como, em cada país, as populações mais pobres. Aliás, essa é uma das razões pelas quais as elites econômicas de um grande número de países não levam a sério o desajuste climático e a destruição da biodiversidade. Elas estão convencidas de que terão riqueza suficiente para se salvarem disso, enquanto os pobres morrerão. Que conclusão tão triste, covarde e desumana!

Ora, a economia neoclássica dominante alega que as questões de justiça não contam: a divisão da riqueza não é ditada, nesse pensamento econômico, por uma lógica política, tampouco, portanto, por considerações éticas, sendo puramente ditada por uma lógica interna de mercado. Pelo menos, é o que alega a economia neoclássica. Porém, isso não é verdadeiro: a economia neoclássica fracassou completamente em seu idealismo ao excluir a justiça social do campo da economia.
 Na realidade, tornou-se um puro instrumento ideológico de defesa dos interesses dos mais ricos. Da mesma maneira que o marxismo-leninismo se tornou, na União Soviética, um puro instrumento ideológico de defesa dos interesses dos caciques do Partido. Assim, a adoção da economia neoclássica como paradigma dominante na formação das elites, dos economistas, dos funcionários públicos, gerou aquilo a que essa economia visa: a apropriação, por uma minoria cada vez menor, da riqueza produzida; a explosão das desigualdades, à custa dos mais pobres. Isso é também denunciado pela Encíclica Laudato Si.
 Como já havia declarado a estudiosa e sábia pesquisadora econômica Hazel Henderson, numa conversa com Fritjof Capra, que antecedeu a publicação do livro Ponto de Mutação, o crescimento do PIB é acompanhado por um crescimento proporcional das devastações ecológicas e do consumo de energia, fóssil na maioria das vezes. Enquanto nossas economias não conseguirem desvincular a prosperidade do consumo de energia fóssil, continuaremos destruindo o planeta, fazendo de conta que estamos trabalhando pelo bem de todos, ao passo que essa destruição beneficia tão somente um pequeno grupo.
 Os argumentos dos neoliberais é mentirosa, porque nunca aconteceu, e não tem a menor chance de vir a acontecer. A de que o enriquecimento dos mais ricos traria a garantia de prosperidade aos mais pobres. Assim, as desigualdades significam simplesmente que os mais ricos conseguem captar uma parte crescente da riqueza produzida por todos para o seu benefício pessoal. E essa acumulação de riqueza os leva a adotar modos de vida predadores em relação ao planeta, logo, em relação às gerações vindouras. É por essa razão que se faz necessário reduzir as desigualdades para salvar o clima.
 Portanto, o primeiro ponto muito concreto da Encíclica recomenda neutralizar o poder dos banqueiros. O segundo ponto: a Encíclica evoca também muito claramente a necessidade de os países do Norte aceitarem “certo decrescimento”. É preciso romper com o produtivismo, a loucura da concorrência de todos contra todos, do crescimento do PIB a qualquer custo.
Quem diz isto é um homem que, por sinal, está exercendo a função de chefe da Igreja Católica. Qualquer criatura religiosa, não importando de qual religião, repetiria os mesmos conceitos. Cientistas honestos que não estivessem vendidos ao capitalismo explorador reconheceriam estes conceitos como verdadeiros.
O futuro do planeta está nas mãos de uns poucos que podem acabar com a vida na Terra, a qualquer momento. Seja pelo dinheiro que escraviza ou pelas armas que matam. Precisou vir de um religioso um alerta que mais deveria caber à ciência do que à religião.
Mas, caros leitores, reconheçam que só existe a ditadura do dinheiro, por existir escravos que se submetem aos donos do dinheiro, por ambição materialista ou interesses de poder. Ninguém pode se tornar um feitor de escravos, se não houver aqueles que se submeterão à ordem do feitor.
E, por fim, deixo um recado para os que se dizem católicos, para que ouçam o líder de sua Igreja, e não façam de conta que não entenderam o recado. Ele foi dirigido para toda a humanidade, mas, principalmente, para os que são católicos, ou que se dizem tais.
Juízo, muito juízo, humanidade insensata! O dinheiro vai acabar matando o que ainda resta de vida. E, não é preciso ser um Papa, para afirmar esta verdade.