quarta-feira, 7 de outubro de 2015

TEIA AMBIENTAL - CONDUTA AMBIENTAL UMA QUESTÃO DE PRINCÍPIOS

Meus fiéis leitores, estamos, em mais este dia 7, a falar de desenvolvimento sustentável e de conduta ambiental. Antes disto, porém, vamos parar para refletir sobre o perfil de quem se espera que venha a assumir atitudes preservacionistas.

As pessoas de um modo geral, no mundo inteiro e não somente no Brasil, estão envolvidas em atos nocivos à sociedade, comportando-se como corruptos, mentirosos, traidores, ambiciosos e egoístas. A maioria delas ocupa funções de destaque e até de julgadores e administradores das causas públicas.

O que esperar de quem desvia o dinheiro público para suas contas no exterior, mesmo sabendo que aquela verba foi aprovada para atender a saúde do povo? E daquele que pactua com os que invadem terras e destroem florestas para criar gado ou praticar a agroindústria?

Não, não precisamos procurar nos que exercem o poder, aqueles que se comportam de forma desastrosa em relação à sua cidade, ao seu país e ao planeta. Eles estão nas ruas, no meio do trânsito ou caminhando pelas calçadas. Eles estão nos escritórios, trabalhando e sonhando em ter mais e sempre dispostos a fazer alguma coisa imprópria para levar vantagem e se promover.

Quando se falsifica um documento ou se falseia com a verdade na declaração de renda, isto é crime. Quando se paga propina a um fiscal ou a um guarda de trânsito, isto também é crime. Quando se recebe o salário-desemprego, mesmo depois de ter conseguido um novo emprego, isto é crime. Quando se recebe a aposentadoria ou pensão de quem já morreu, isto é crime. Quando se dá um jeitinho para passar na frente da fila, isto é crime.

Reclama-se do lixo na rua, e da negligência do serviço público com a limpeza da cidade, mas atira-se lixo nas ruas e calçadas, como se fosse algo normal. Estaciona-se o carro em local proibido, como se a pressa justificasse a infração, mas isto é crime.

Os meios de comunicação mentem, ao noticiar um fato. Os empresários pagam comissões para participar e ganhar concorrências. Os deputados recebem doações em suas campanhas, com o compromisso de defender os interesses dos doadores, mais do que dos seus eleitores.

Num mundo em que há tanta corrupção e desrespeito aos legítimos interesses da coletividade, como esperar responsabilidade no trato com a natureza? Quem rouba, mente e destrói tudo que impede o seu lucro, não se importará com a devastação das florestas, contaminação dos rios e poluição do ar. E, como a grande maioria, até os que se dizem conscientes dos seus deveres preservacionistas, age desta maneira, o que se pode esperar do futuro?

Esta não é uma pergunta derrotista, caro leitor, mas uma provocação à reflexão. Não se deixe enganar por propagandas, que estão a serviço de interesses econômicos, jamais ambientais. Não confie nunca nos meios de comunicação, principalmente nos que tentam vender uma imagem de confiabilidade, pois eles estão a serviço dos seus patrocinadores e patrões.

Então, surge a pergunta: em quem confiar? Antes de tomar a sua decisão, pesquise sobre de quem se trata, do que fez pela natureza e quais os interesse em jogo de cada corporação. Doação para proteção e preservação ambiental não é garantia de se trata de uma empresa seriamente comprometida com a natureza. Não se esqueça que são os mais cultos e educados que estão envolvidos em corrupção e desvios de verba para alimentar seus propósitos expansionistas.

Os pobres, quando roubam, são pegos e humilhados. Os ricos escapam e são exaltados. Mais do que a acusação e a punição, a delação é a solução. O traidor entrega o cúmplice e ganha os seus cem anos de perdão. De bandido se transforma em herói, enquanto a destruição e a corrupção ganham força.

Diante desse quadro, que insisto não ser privilégio do cenário nacional, mas internacional, eu pergunto quem está, de fato, preocupado com o futuro da natureza. Se a destruição, um dia, for total, os degradadores se consolam com as conquistas imediatistas que obtiveram graças aos seus crimes, que só vão apresentar seus efeitos daqui a 100 ou mais anos, quando eles julgam não mais estar por aqui. Quem sabe, hein!

O mundo não tem fim, a vida sempre retorna após ciclos de descanso da natureza. E, cá entre nós, já tem tempo que a natureza está precisando de um descanso. Se a humanidade continuar com esse processo predatório, o descanso poderá ser antes da hora.

A conclusão, meu leitor, é que cada um, antes de julgar e condenar, coloque a mão na consciência e perceba como ele está envolvido até a raiz dos cabelos, com tudo que de pior vem acontecendo na natureza. Não se faça de inocente, e trate de conferir em quantas acusações está enquadrado, dentre as que fiz no início do texto. Continue protestando contra os ladrões e corruptos, mas tome cuidado, pois, um dia, a vítima pode ser você.

Como dizia um antigo anúncio de um produto que amenizava a dor, não basta protestar, reclamar e condenar, é preciso participar. E, para isto, é indispensável dar o exemplo, a começar em casa e passando pelo trabalho, amizades e religião. A hipocrisia está solta, mas os telhados de vidro não recomendam que as pedras sejam atiradas. Pensem nisto, e a natureza agradece.