sábado, 25 de julho de 2015

DISCRIMINAÇÕES SOCIAIS E CARIDADE

Meus leitores:
Cá estou eu, em mais uma semana, mergulhado em questionamentos que foram alimentados no nosso último Seminário de Numerologia da Alma, e que estou trazendo para todos que se interessem pelo assunto. 

Às vezes, eu me envergonho de ter nascido humano, talvez, melhor tivesse sido a permanência num outro plano, que me poupasse o constrangimento de ter de chamar meus semelhantes à realidade. Muitos seguem religiões e muitos outros exaltam seu caráter, mesmo sem se dizer religiosos. E o que vemos no noticiário e nas redes sociais? Escândalos e corrupção, ódio e violência, egoísmo e vingança.

Os pobres são desprezados e comparados a bandidos. Os negros são discriminados e considerados inferiores. As mulheres não são tratadas com o devido respeito, e são valorizadas por atributos que não as fazem melhores e nem piores. Quem pensa diferente é perseguido e atacado. Se o adversário se sai vencedor, se torna um inimigo e passa a ser odiado. E a caridade?

A maioria dos cristãos não conhece o Cristo, talvez já tenha lido na Bíblia sobre seus feitos e sacrifícios, mas não aderiram à sua doutrina. Cruéis como eram os escribas e fariseus, no tempo do Cristo na Terra, esses cristãos praticam uma forma de crença, em que estão incluídas as perseguições e agressões aos que não pensam como eles.

As redes sociais despejam agressividade e ódio em nossos lares, provocando uma atmosfera quase irrespirável para quem acredita no amor e na caridade. Muitos desprezam a caridade, comparando-a a um condenável paternalismo, e se recusam a ajudar os mais pobres e ignorantes, tratando-os como vagabundos e malandros. Misericórdia e caridade passam distante dos lares desses que tendo muito sentem desprezo pelos que pouco têm. E se julgam merecedores de suas conquistas, esquecendo que são apenas herdeiros de uma sociedade que ainda mantém o padrão da escravatura.

Se lessem com mais atenção e respeito, os ensinamentos de Paulo, em suas cartas aos povos que desejavam conhecer a nova doutrina, perceberiam o valor da caridade. Na primeira carta aos Coríntios, Paulo declara: “Ainda que eu fale a língua dos homens e dos anjos, se não tiver caridade sou como um bronze que soa... E ainda que eu tivesse o dom da profecia e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e tivesse toda a fé, até o ponto de transportar montes, se não tivesse caridade, não seria nada”.

Será que eu preciso extrair mais ensinamentos sobre a caridade do que destas palavras do propagador da doutrina cristã? Paulo não catequizou povos com a intenção de fazê-los seguir uma religião, mas de lhes passar os ensinamentos do Cristo, que encarnou em Jesus para preparar a humanidade para conviver com toda essa grosseria e violência do mundo moderno. Com a antecedência de dois milênios, Cristo antecipou o que a humanidade teria de enfrentar nos dias de hoje. E, a maioria não entendeu nada do que o Mestre revelou.

Prossigo, mencionando Paulo: “A caridade nunca há de acabar, mas as profecias passarão, as línguas cessarão e a ciência será abolida. A caridade não é invejosa, não é temerária; não se ensoberbece, não é ambiciosa; não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não suspeita mal, não folga com a injustiça, mas folga com a verdade; tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo sofre”.

De que caridade falava Paulo, meus religiosos e devotos cristãos modernos? As igrejas estão cheias aos domingos, cantando com os padres e exaltando as sábias palavras do Papa. Palavras, apenas palavras, meras palavras, enfeitando melodias e homilias, sem atingir o coração dos fiéis. Os templos recebem a voz forte do pastor que clama por justiça e exalta o amor, mas e a caridade? Onde ficaram os ensinamentos do Cristo, que se misturava com os pobres, doentes e pecadores, pois eram eles que precisavam de amor e caridade? Infelizmente, O dinheiro é que alimenta boa parte da fé, nos tempos de hoje.

O ódio tomou contou dos perdedores. A vingança passou a ser a reação de justiça dos fracassados. Caridade é uma palavra, senão desconhecida, rigorosamente desprezada. Ajudar o próximo tornou-se um ato repugnante para os que clamam por vingança, por terem sido contrariados ou vítimas da derrota. Os corruptos são denunciados e crucificados pelos corruptores, e estes por aqueles, como se pudesse existir uns sem os outros.

O ódio e a vingança são deflagrados nas redes sociais, como reações justas e naturais, por quem se julga ultrajado com tanta violência, desonestidade e corrupção. Atiram a primeira pedra os que sempre pecaram. Com a habilidade e a praticidade de quem já se alimentou das propinas, para vender ou comprar, pretensos cristãos despejam acusações contra os “traidores da pátria”.

Os síndicos que só compram para o condomínio, com a sua comissão reservada; os motoristas que consideram mais vantajoso subornar do que gastar com a atualização dos seus documentos; os forjadores de suas declarações de renda, que querem mais, sempre mais, além do muito que já possuem; fiscais que cobram para aprovar o que não tem defesa; juízes que têm seu preço de acordo com a causa a ser julgada; o consumidor que fica com o troco a mais, o funcionário que mente para conquistar a vaga do colega no trabalho, e paremos por aqui senão vai ter muito leitor que não vai pegar no sono.

E a culpa é dos pobres? Será que o muito que os míseros ladrões de rua já roubaram, chega a 1% do que os ricos se apossam, diariamente, do dinheiro dos incautos e ingênuos que trabalham para eles e são cúmplices de suas tramoias? O problema não está na pobreza, mas no caráter e na ganância dos que têm acesso ao poder.

A maioria dos que condenam a corrupção, está projetando o seu imenso desejo de ser um corruptor. Se a corrupção acabar, a grande maioria se sentirá frustrada ou se julgará prejudicada, pois muitos dos seus ganhos serão encerrados, e suas vagas de trabalho fechadas. Ou, simplesmente, eles não terão oportunidade de também garantir a sua parte no bolo. Triste, muito triste, o ponto a que chegou a humanidade!

Todos os Grandes Mestres ensinaram a bondade, o perdão e a caridade como sinônimo de amor. Os homens se dividiram em religiões, cada qual querendo conquistar mais fiéis. Os Mestres nunca criaram religiões, os homens, porém, com o seu senso de egoísmo e separatividade decidiram interpretar as mensagens de amor ao seu bel prazer, e criaram dogmas que separam, em vez de unir as pessoas.

Amor sem caridade não é amor, pode ser bondade, gentileza ou pena, mas não é caridade. A caridade, na visão de Paulo, não julga, não discrimina, não é maldosa e muito menos perversa. Quem se diz religioso, por frequentar grupos de oração, catequeses ou seja lá que nome for, deve primeiro aprender o que seja o verdadeiro ato de amor, que sem caridade não é nada.

Que tal pararmos de julgar e condenar, e procurar saber o que cada um pode fazer pelos outros? Que tal falar menos e fazer mais? Que tal rezar com um ideal maior do que só pedir para si? Que tal dar mais do que querer receber? Que tal dividir o pouco que tem, antes de que perca o muito que acumulou?

Todos nos temos um destino comum, que passa pela vida e pela morte, para voltar à vida e retornar à morte, num motocontínuo que começou num passado remoto e não se sabe onde vai acabar. Antes que acabe, seja numa outra dimensão, num outro planeta, no céu ou no inferno, que tal ser mais generoso e amoroso, e essencialmente mais caridoso?

Esta é a minha verdade, mas, muitas outras existem. Quem julga que há sentido no que leu, tente mudar o rumo da História, e quem julga que não tem nada a ver, me perdoe, mas esta é apenas a MINHA OPINIÃO.





domingo, 19 de julho de 2015

O ESTADO ISLÂMICO E OS PRECONCEITOS SOCIAIS E RELIGIOSOS

Nesta semana, vamos tratar dos preconceitos, uma mácula na história da sociedade humana. Ter qualquer tipo de preconceito é negar a condição divina a um semelhante, é condená-lo por ser, pensar ou crer de modo diferente do nosso. É arrogância indesculpável, prepotência abominável e presunção de superioridade ridícula e vergonhosa.

Esta atitude, de repente, ganhou nova força com a utilização das redes sociais e dos meios de comunicação via internet para promover o ódio e a perseguição a pessoas, conceitos e opiniões. Estaria certa, uma pessoa que se dizendo cristã ofende e condena, sem praticar o perdão? E, nem importa de que essa pessoa seria acusada, basta a ofensa e a agressão para a condenação do ódio destilado em palavras ofensivas, irônicas ou cínicas. Tudo faz parte do mesmo veneno que corrompe a aura espiritual do ofensor.

Os meios de comunicação noticiam horrores das ações de grupos de extermínio, que em nome da fé islâmica condenam à morte quem se coloca em seu caminho. Essas pessoas fanáticas degolam seus prisioneiros, por uma simples questão de divergência de crenças ou de pontos de vista. As pessoas que leem as notícias ficam horrorizadas e não entendem como seja possível tamanha barbaridade.

A questão é um pouco mais séria do que um simples fanatismo, pois tem suas origens num processo muito simples, que começa dentro das famílias e que contamina a sociedade local, e que, aos poucos, vai se tornar uma epidemia mundial. Fanáticos sempre existiram, mas eram considerados foras da lei, ou seres desprovidos de um mínimo de bom senso e de amor ao próximo. Mas, quando se mata em nome de Deus, a sociedade precisa refletir com mais atenção para as origens dessa incoerência religiosa.

A pergunta que surge em nossas mentes é a mais simples de todas elas - “por que?”. Por que matar, ou agredir, ou ofender, quem pensa diferente? Por que, sacrificar até a morte, aquele que acredita no mesmo Deus, mas de uma forma própria e pessoal? Onde começa tudo isto? Qual é a origem desses atos radicais? Certamente, que não pode ser a religião em si, já que os livros sagrados de todas elas pregam o amor e o respeito ao próximo.

Será que a humanidade não vem semeando e adubando o ódio dentro de suas famílias? Será que não há um irresponsável descaso pelo que pensa e como se comporta alguém que segue crenças e tradições diferentes da nossa? Será que o desrespeito e o desamor não estão, aos poucos, sendo semeados nas famílias, adubados nas redes sociais e dando seus frutos malignos na discriminação e no ódio por quem pensa de modo contrário ao nosso?

Será que a humanidade não está perdendo, definitivamente, o respeito pelos direitos alheios, e enquanto condena as guerras, prepara guerrilheiros e fanáticos suicidas para ações de guerrilhas urbanas, e tudo em nome de uma pretensa e irresponsável liberdade? E, não seria no seio das famílias desestruturadas que o ódio vem sendo fomentado contra quem é diferente? Será que os meios de comunicação para vender seus produtos de consumo, patrocinados por indústrias que se beneficiam com as guerras, as violências, as doenças e o caos social, não se tornaram veículos de discriminação e de preconceitos, e não mais de informações?

As famílias se agridem e se ofendem por questões sociais, raciais e religiosas. E estou falando de gente de bem, ou que, pelo menos, ainda se julgam ou são aceitas como tal. A discriminação social continua existindo, com os ricos tirando o pouco que os pobres ainda têm, os cultos debochando e marginalizando os ignorantes, os vencedores tripudiando sobre os vencidos e os brancos se achando perfeitos e os negros, defeituosos. Ah, pobre Barão de Coubertin, o criador das Olimpíadas modernas! Para ele, o importante não era vencer, mas competir. Triste ilusão que ficou no papel!

Onde, ou em que, as ações cruéis e assassinas dos membros do EI, sigla do Estado Islâmico, são piores e mais perversas do que os atos dos donos do poder, capitaneados por banqueiros, empresários e meios de comunicação? A elite do poder econômico comanda o maior dos holocaustos dos tempos modernos, e ainda se fica contabilizando as barbaridades que foram praticadas por ordem de Hitler. Hussein era um ingênuo ditador, diante do que vem fazendo a família Bush, promovendo guerras e a mortandade de jovens inocentes, enviados aos campos de batalha, em nome de um pretenso patriotismo.

Debocha-se da crença do vizinho, ridiculariza-se a vestimenta do pobre, impede-se o acesso de pessoas negras a portarias reservadas para os brancos, e depois escandaliza-se com atos radicais de fanáticos religiosos e raciais, tipo EI ou KKK. Não seriam umas, meras consequências das outras?

Se tudo está relacionado, como separar a ação da reação no meio social, e nem importa em que país se vive e onde as ações barbáries estão ocorrendo. Tudo está relacionado, assim afirma a ciência, assim confirma o mundo espiritual. A humanidade não percebe a relação que existe entre a educação, ou deseducação dos filhos, e os acontecimentos que escandalizam e assustam o mundo inteiro.

Infelizmente, cada um de nós pode ter uma parcela bem maior do que se imagina, em todo este clima de violência que afeta o mundo moderno. A minha sugestão é respeitar mais os direitos alheios e assumir mais os deveres pessoais. Respeitar as crenças ou falta de crença dos nossos semelhantes. Respeitar a cor, a classe social, a preferência política ou esportiva, estas já seriam um bom começo para mudar o rumo da humanidade. O resto é consequência.

Como condenar a vingança dos fanáticos religiosos, se cada um comete a sua vingança pessoal, quando é contrariado ou confrontado? Como exigir respeito, se não respeitarmos os outros? Como esperar amor, se não sabemos amar de verdade? Vivemos num mundo de causas e efeitos, o que damos, receberemos; no que agredimos, seremos agredidos.

Eu sei que nem todos pensam assim, mas, é preciso não fazer aos outros, o que não desejamos que façam conosco. Este é o princípio de todas as religiões da Terra, mas não é o princípio que governa as ações dos que professam as religiões. Assim é, pois me parece. E o meu caro leitor, vai dar a sua opinião?




terça-feira, 7 de julho de 2015

TEIA AMBIENTAL - SOMOS VÍTIMAS OU CÚMPLICES DOS MALES DO MUNDO?


Meus queridos leitores:

No último dia 4, realizei mais um Seminário de Numerologia da Alma, abordando diversos temas do cotidiano, a serem interpretados pela ótica dos estudiosos da Alma Humana.

Alguns desses temas ficaram sem tempo para uma abordagem mais profunda, surgindo, então, a opção de trazê-los para este espaço aberto.

O primeiro desses assuntos, muito íntimos dos meus leitores, não apenas os residentes no Brasil, mas os do mundo inteiro, é o que trata da crise mundial da água. 
Aproveitando que hoje é dia da postagem da Teia Ambiental, e como o tema está relacionado à questão ambiental, estou inserindo a questão dentro do espaço reservado aos debates sobre o desenvolvimento sustentável e as crises decorrentes da má gestão dos recursos renováveis.  

No Seminário, a questão foi colocada como uma reflexão sobre a crise mundial da água e o desenvolvimento sustentável de nossas relações.

O foco da questão era saber como temos nos comportado em nossas relações com a natureza e a humanidade, e se a nossa maneira de agir teria alguma influência na crise que afeta o mundo.

Muitos poderiam estranhar a questão colocada para reflexão, mas jamais o estudioso da Alma Humana.

O leigo se isentaria de pronto de qualquer responsabilidade, alegando que ele paga seus impostos e não é o responsável pelos reservatórios que abastecem as cidades. Esta visão individualista e simplista não pode ser assimilada com naturalidade pelo estudioso da Numerologia da Alma.

De onde vem a água que abastece os reservatórios, senão da chuva! Se a chuva é absorvida pelo solo e cria os grandes mananciais no subsolo que geram as nascentes, que darão origem aos rios e lagos, e sendo estes os recursos que alimentarão os reservatórios, onde é que eu entro nisto? Esta é a pergunta daquele que não estuda o que nós estudiosos da Numerologia Sagrada estudamos. Nós, temos consciência perfeita da relação entre o humano e o sagrado, entre a humanidade e a natureza.

E se há crise fora da nossa casa, como poderemos afirmar que esta crise não tem a sua nascente dentro dos lares e nos relacionamentos familiares? Não podemos, já que tudo está relacionado, e nada existe que não esteja interligado com as ações humanas, seus pensamentos, sentimentos e emoções.

Nesta série de questionamentos que vou colocar ao alcance de todos, e não somente dos aprendizes dos Cursos de Numerologia da Alma, a reflexão é em busca de resposta do quanto somos vítimas de tudo que de pior está acontecendo no mundo, e se somos cúmplices dessas desgraças, em função de nossas ações e omissões.

Deixo uma questão de conotação mística, mas que será entendida por todos, tenho certeza. Chove amor no ambiente da minha família? O reservatório das Almas que moram na minha casa estão repletos de amor, ou há escassez de sentimentos e emoções? Não esqueçam que, no ocultismo, a água está relacionada com sentimentos e emoções! Será tudo um mero acaso, ou apenas um descaso de governantes? Há zelo da nossa parte pela natureza, que é a fonte geradora da água que está em crise? Estamos conscientes dos nossos deveres no trato com a terra e com a vegetação que cobre e protege a terra? Como eu trato o lixo que produzo? Como eu reajo diante da corrupção diária que contamina a minha alma? Como se encontra o meio ambiente em que eu vivo?

Tentem refletir bem sobre o que está ocorrendo com o mundo, e tentem se eximir de culpas, ou admiti-las. Não transfiram responsabilidades, pois isto, nossos aprendizes sabem que não é a atitude correta.

Aqueles que se julgarem isentos de culpas que atirem a primeira pedra.

O primeiro questionamento está lançado.

Mais tarde, num outro dia, eu volto com um novo desafio.

Mão na consciência, e cuidado com o que escrevem.