Meus caros leitores:
Dentro de um novo prisma em que decidi passar a enfocar na Teia
Ambiental, dedico o texto deste mês à campanha eleitoral.
Muito se comemorou sobre a Lei da Ficha Limpa, mas pouco se valorizou da que
se ocupou de manter a cidade limpa.
Como não creio ser uma tarefa simples controlar a aceitação somente de
candidatos de Ficha limpa, pela escassez de políticos com esta condição,
prefiro exaltar o avanço da qualidade ambiental que resultou na proibição de
colar cartazes e panfletar pelas ruas.
No início, houve resistências. As prisões e multas fizeram com que os
recalcitrantes recuassem de sua voracidade por promover seus candidatos a
qualquer preço.
Muitos afirmavam que a Lei não ia pegar. Pegou e limpou a cidade.
Apesar de morar numa pequena cidade de Minas Gerais, não se encontra
pelas ruas um só panfleto promovendo candidatos a deputado, governador, senador
e presidente.
Convenhamos que além de ser uma excelente economia, principalmente para
quem pretende se arriscar pela primeira vez, é uma forma de mostrar cidadania
por parte dos cabos eleitorais.
Ainda me lembro dos tempos em que no dia da eleição, o vento levantava
uma papelada que dava medo. Se chovesse, os bueiros ficavam entupidos. As
paredes e os postes ficavam recobertos de fisionomias estranhas, de nomes
esquisitos e com apelos exagerados.
Atualmente, quem quiser saber em quem votar, ligue o rádio ou ature
aquele intervalo maçante na televisão aberta. Ou, se gostar mesmo de televisão,
assine os canais pagos, que não custam tanto assim, e que proporcionam diversão
mais sadia. Nem tanto, mas bem mais sadia que os canais abertos.
Não me estendo porque não há muito a dizer sobre os malefícios de morar
numa cidade suja, onde, em nome de uma atitude democrática, sujava-se a cidade
e se enfeava seus muros e fachadas.
Se a Ficha Limpa pretendia fazer uma faxina no Congresso, a Cidade
Limpa poupou o trabalho de grandes faxinas nas cidades no período da propaganda
política.
Tudo é possível, quando há vontade e senso comum.
Talvez, eu valorize tanto a cidade limpa e livre dos panfletos por
morar numa cidade turística que gosta de receber seus visitantes com pompa e
circunstância.
Possuindo um dos mais belos e saudáveis parques do Brasil, a cidade de
São Lourenço com suas fontes de águas minerais oferece qualidade de vida e
postura ambiental aos aquáticos, como eram chamados os que vinham em busca de
tratamento pelas águas.
A Teia Ambiental parabeniza os candidatos que orientam seus partidários
a respeitar o meio ambiente e manter limpa a sua cidade. Antes da Lei que
obriga, há de prevalecer a consciência que responsabiliza.