sábado, 7 de setembro de 2013

TEIA AMBIENTAL - NÓS QUEM CARA-PÁLIDA?




Meus queridos leitores ambientalistas:
Estamos diante de uma nova ameaça de investida dos norte-americanos contra uma nação árabe, desta vez o alvo é a Síria. A razão, que é de causar espanto, trata-se da suspeita do uso de armas químicas para conter a rebelião que tomou conta das ruas de Damasco e outras cidades sírias.
Confesso-vos que seria muito louvável essa preocupação dos norte-americanos, se não fossem as alegações semelhantes que os levaram a invadir outras nações. A suspeita de um arsenal de armas de destruição em massa, mais tarde não comprovada, provocou a invasão do Iraque. Outras invasões dos Estados Unidos em territórios localizados naquela parte do mundo veem acontecendo ao longo dos tempos, com desculpas esfarrapadas, para justificar o domínio de posições estratégicas para o controle das reservas petrolíferas da região.
O que me deixa indignado não é o fato de que o governo sírio possa ter usado armas químicas contra o seu próprio povo, mas de quem, mais uma vez, parte uma reação bélica com a intenção de punir os responsáveis por essa eventual violência.
Quem lançou duas bombas atômicas sobre populações inocentes no Japão, quase ao final da segunda guerra? Quem usou de tamanha covardia, matando milhares de civis e contaminando uma vasta região tem o direito de acusar uma nação como fazem os norte-americanos?
A mesma nação norte-americana invadiu o Vietnã e o Camboja, e despejou sobre aldeias pobres, bombas de napalm e todo tipo de armamentos químicos, deixando uma onda de devastação e de aldeões mortos. As terras eram campos de arroz, alimento que sustenta os povos orientais, que ficaram destruídos ou contaminados.
O que dá a essa nação hipócrita o direito de falar em nome de outras nações, ameaçando os governos de nações livres, que bem ou mal têm que resolver seus problemas internos. E, se houver algum ato genocida, caberia a ONU, e não a um país isolado, alguma ação punitiva.
Se formos relembrando os fatos das últimas décadas, encontraremos sucessivas intervenções violentas da nação norte-americana despejando bombas e arrasando regiões imensas, espalhando a radiação gerada por seus mísseis e artefatos de grande poder destrutivo.
Eu me pergunto quem pune esse gigante fomentador de guerras e de invasões, que desfecha violentos ataques a nações livres, com a pretensão de punir infratores, quando ele é o maior de todos agressores? Cada bomba que explode deixa rastros de radiação de todo tipo, afinal os artefatos bélicos são fabricados com explosivos de alta periculosidade.
O planeta está contaminado pelas guerras e por outras formas de violência, todas elas de alto poder de destruição. Destrói-se a natureza para extrair minérios que serão usados em armamentos e foguetes. Derrubam-se florestas para implantar agroindústrias à custa de violência contra as populações nativas, que tentam resistir a essas invasões criminosas. Quem patrocina essas invasões e guerras ambientais para favorecer as elites do poder internacional? E quem mais sofre com tudo isto? As respostas são óbvias, pois são sempre as mesmas: as nações ricas capitaneadas pelos Estados Unidos exploram e as nações pobres são exploradas, com suas terras contaminadas por agrotóxicos, produzidos pelas grandes indústrias de adubos e venenos, cujo controle pertence aos países ricos.
Quem vai reagir a essa contaminação química? Quem vai punir os fomentadores das guerras e da poluição mundial? O maior culpado, o criminoso destruidor e responsável pela poluição ambiental do planeta, é ele o juiz e o carrasco que aplica o castigo?
E quando nações pacíficas protestam contra essas ações violentas e covardes, o pretenso guardião da democracia, se apresenta como protetor dessas nações, alegando que somos parceiros e aliados. De lá vêm mensagens de amizade e promessas de ajuda, pois somos todos irmãos e lutamos pelo mesmo ideal de justiça.
A preocupação com a segurança das nações amigas é tamanha que os Estados Unidos passaram a espionar seus aliados, como forma de garantir que ninguém lhes faça mal. Que absurdo! Isto é uma verdadeira desfaçatez! Que contaminação horrível essa de termos de conviver com criaturas com essa índole criminosa e pretensiosa!
Com amigos desse tipo não precisamos de inimigos. Com nações que resolvem seus problemas espionando seus aliados e invadindo as nações que detêm uma posição estratégica no mundo estamos todos contaminados, e sofrendo de uma doença incurável.
Meditemos sobre os riscos que representam para nós esse convívio com os nossos aliados. É melhor lidar com os inimigos, afinal deles nada se pode esperar, e temos de viver atentos. Afinal, inimigo não trai, só o amigo trai.
Se a Síria usou armas químicas contra seu povo ainda não se tem certeza, pois a CIA, a inteligência americana, é capaz de tudo, de atirar foguetes nos seus aliados, de despejar armas químicas para forjar um flagrante e até de matar seu próprio presidente. Pobre de nós. Que Deus nos proteja, não das armas químicas dos sírios, mas do fogo amigo dos americanos.
O governo norte-americano declara para o mundo inteiro que “nós temos de punir essas nações que atacam seus povos com armamentos nucleares ou artefatos químicos”, e que eles são os justiceiros da humanidade. Nós não pedimos a eles que façam isto. Eles não são nossos porta-vozes. Eles não estão autorizados a nos tratar de “Nós”. Nós quem, cara-pálida?