domingo, 7 de julho de 2013

TEIA AMBIENTAL - ATITUDE AMBIENTAL



Meu silencioso e atento leitor, eu cá estou a falar do mesmo assunto. O descaso da humanidade com o planeta onde habita é a tônica deste nosso espaço, a cada dia 7.  Perdoa-me se eu for repetitivo, mas os crimes ambientais são ainda mais repetitivos, e poucos se dão conta de reclamar contra eles.
Quem viu o povo nas ruas com um cartaz condenando a destruição das nossas florestas e a poluição de rios e mares? Talvez houvesse um pobre coitado, encolhido por trás da multidão enfurecida, clamando pela preservação ambiental. Eu não o vi, e as câmeras nas ruas não teriam o menor interesse em localizá-lo.  
As manifestações foram orquestradas com outras intenções, jamais de cuidar dos interesses coletivos. Ainda que, para muitos, elas dessem essa falsa impressão. Os poderosos botaram a bandinha na rua, selecionaram o repertório e ao povo, como sempre, coube apenas cair no samba.
Terminada a cobertura internacional, a bandinha calou e o povo cansou. Quem ouviu protestos contra o FMI? Quantas bandeiras americanas foram queimadas? Quantas palavras de ordem protestaram contra as espionagens da CIA, denunciadas na imprensa mundial? As passagens foram as grandes vilãs, e as tradicionais educação e saúde também participaram da comissão de frente. Tudo muito previsível.
E os desastres ambientais, e as agroindustriais acabando com as florestas e os ruralistas trocando paraísos naturais por pastos impregnados de agrotóxicos, onde estavam as faixas de protestos? Eram, certamente, temas musicais fora da seleção encomendada à bandinha.
Atitudes, meus leitores, exigem sabedoria e cultura. E as sociedades ainda não estão preparadas para realizar uma revolução de verdade, que possa trazer prosperidade e felicidade para a humanidade – a revolução verde. Sabedoria anda distante das elites e cultura é um engodo de uma elite pretensiosa que ainda acredita nas teses newtonianas para responder aos reclamos da evolução planetária.
As universidades formam robôs disfarçados de humanos, que sempre repetem o mesmo lengalenga aprendido nos bancos escolares, e que privilegia a ciência materialista e desconhece a física quântica. Pregando um socialismo barato, se travestem de sábios sociólogos, enganam a muitos por algum tempo, mas não permanecerão enganando todos por todo o tempo.   
 Atitudes, meus amáveis leitores, exigem ousadia, coragem e mudança de hábitos. Como admitir marchas contra a poluição e a devastação ambiental, morando no asfalto e de frente para o mar, como cantou Marcos Valle?
Quem acredita no povão se comunicando através do Facebook, sem liderança por trás? Tolos, ingênuos ou mal intencionados? Eu não preciso ir para a rua, e repetir palavras de ordem exóticas, para demonstrar minha atitude em defesa das minhas crenças.
Abandonei o asfalto e me demiti de um emprego muito bem remunerado, e vim morar numa pequena cidade, a 3 km do centro, numa área rural. Construí minha casa sem agredir a natureza, e logo tratei de reflorestar o entorno da minha casa.
Coloco aqui, meu incrédulo leitor, tu que exiges tantas provas, fotos do antes e do depois, deste local onde moro. Passaram-se 20 anos, e onde medrava o capim, hoje existem bosques. Uma enorme árvore, no centro do terreno, que foi preservada, mesmo contrariando os conselhos do arquiteto, permanece ereta a caminho do céu em contraste com o azul até demais dessa cidade mágica.
Este espaço da Teia Ambiental foi criado por minha esposa e por mim para despertar o amor à natureza, e não para conquistar títulos e ser exaltado pela rede. Nós não precisamos sair em protestos contra os milhões que não estão nem aí para a natureza, nós, simplesmente, tomamos uma atitude.
Antes de reclamar dos outros, é preciso cada um fazer a sua parte. Não corromper, para acabar com os corruptos. Não passar à frente nas filas, para que se possa reclamar contra os privilégios cultivados pelos políticos a favor dos amigos. Ser honesto e não enganar os crédulos, para que se possa cobrar a condenação do mensalão. Trabalhar mais, para que se possa acusar alguém de malandro.
A internet vem alimentando a cultura da reclamação gratuita, sem causa nem pausa, todos protestando e cobrando justiça. Não para todos, mas cada um para si. Povo é o coletivo para todos, mas, cidadão é um termo que qualifica a poucos, bem poucos.
O cidadão se compromete com ideais, e não com benefícios isolados. O cidadão não pede para si, e nem se beneficia da sua condição de liderança. O cidadão não quebra o patrimônio público, e nem permite que isso aconteça. Ele não se omite, mas emite sua opinião com bom senso e clareza. Ele impõe a justiça, porque sua voz é firme e franca.
Agora, eu peço a ti, meu leitor cidadão, que deixes de lado as reclamações e acusações a esmo, e que assumas a tua missão de zelador da vida e guardião da natureza. Menos discursos e mais atitudes. O mundo não precisa de violência, mas de profundos pensadores, que intimidam pela palavra e pela ação, e jamais pela destruição e agressão.

A natureza está esperando a tua atitude, cuidando de um espaço de terra, transformando pastos em capoeiras, ajudando as nascentes a voltar a brotar e cultuando o desenvolvimento sustentável. Consumismo zero, simplicidade sempre. Amar a terra, o teu vizinho e os teus irmãos da natureza. Atitude é o que importa, o resto é oportunismo e modismo.