Meus caros leitores, poucos dias nos separam do término de mais um ano.
Parece que foi ontem que a humanidade aguardava com apreensão, alguns,
e com pavor, a maioria, a chegada de 2000.
O tempo passa, mas, as mazelas humanas continuam as mesmas. A
preocupação com os ganhos materiais e com as paixões frustradas continua
liderando as estatísticas.
O karma 19 assusta os que com ele se confrontam. Perdas materiais,
decepções profissionais e frustrações amorosas costumam identificar este karma
na vida dos reclamantes. A dor de perder dinheiro, cargos influentes na
administração de empresas e de sentir o vazio com um divórcio inesperado ou
impensado são devastadores na vida dos que me procuram em busca de explicação.
A causa das perdas nesta vida está relacionada a ações noutras vidas.
Se retirarmos antes da hora benefícios pessoais que não merecíamos ou que não
nos pertenciam, algum dia, em alguma vida, nós teremos de devolver tudo de que
nos apossamos.
Eu costumo explicar que não se tratam de perdas, mas de pagamentos de
antigos débitos, contraídos em vidas passadas. Quem, porém, está disposto a aceitar
a dívida de uma vida da qual nem lembra?
As pessoas não têm noção do que fazem nesta vida! Não vou mensurar
quantas se enquadram neste grupo, mas posso afirmar que o número é assustador.
Não estou falando somente de ateus ou materialistas, mas de crentes de todas as
religiões, estudiosos de todas as ciências e de doutores com suas
especializações.
O medo é da carência financeira, da falta ou da perda de dinheiro. A
pior de todas as misérias, a espiritual, poucos, muito poucos, com ela se
preocupam. A angústia dos que me procuram para sanar seus sofrimentos ou
temores, está quase sempre relacionada às questões econômicas.
Se eu fosse projetar o número dos que já me consultaram aflitos,
assustados com seu déficit espiritual, eu afirmaria que, em cada 1000
consultas, seriam menos de cinco, os que demonstraram preocupação com a sua
vida espiritual.
E assim caminha a humanidade, atolada até o pescoço em dívidas, perdas
e desperdícios. Quando são agraciadas com ganhos materiais, as pessoas não se
preocupam em entender as razões, e nem se satisfazem com o que têm, querem
sempre mais. Quando o dinheiro falta, ou ameaça faltar, bate o desespero, e
entram em pânico.
A falta de fé ou a descrença num Poder Superior, não lhes causam
qualquer receio, e nem se dão conta de que estão carentes de valores
determinantes para a sua felicidade. A saúde não se apoia senão na harmonia
perfeita entre o físico e o espiritual. A própria riqueza financeira, quando
prevalece por toda a vida, tem a sua origem nos méritos kármicos de outras
vidas, jamais em causas meramente físicas ou racionais, como trabalho, economia
ou investimento.
Não há riqueza material sem a correspondente riqueza espiritual. Quando
ocorre o contrário, os ganhos financeiros são passageiros e logo provocam
experiências de perdas e fracassos nos negócios.
Eu costumo recomendar aos que se lastimam por falta de dinheiro, para
que reflitam sobre a falta que fazem as práticas espirituais. A reação mais
comum é dedicar mais tempo ao trabalho e tentar a sorte em jogos ou
investimentos financeiros. Quanto mais se ocupam do trabalho e se mortificam
com a possibilidade de novas perdas, mais essas pessoas se afastam da vida
espiritual.
Enganam-se, os leitores que pensam que, ao mencionar a espiritualidade,
estou falando de religião, seitas ou rituais. Ser uma pessoa espiritualizada é
dar mais do que receber, amar bem mais do que ser amada e servir a todos com
amor e generosidade. Quem faz isto, porém, costuma ser taxado de tolo, ingênuo
ou perdulário.
Perder dinheiro é o maior dos pecados, aplicar em negócios lucrativos é
a bênção divina mais cultuada. Dedicar-se a um trabalho rentável só é considerado
quando se emprega o tempo em ganhos pessoais, sem se importar se outros irão
perder com suas atitudes. Tudo é competição, o mais esperto ganha do mais
honesto, e suas práticas egoístas são consideradas técnicas louvadas e
ensinadas nos cursos profissionalizantes.
Quem tem tempo para pensar na sua alma? Quem acredita na existência da
alma? Quem se vê como parte da obra divina, auxiliar dos Mestres no plano
físico? Quem já se conectou com o seu Mestre, ou tem noção da Sua existência?
Quando trato da presença dos Mestres na vida da Terra, a maioria
arregala os olhos e não sabe do que estou falando. Quando ensino que os Mestres
se comunicam conosco, que somos seus discípulos encarnados, poucos têm a
consciência desses contatos a nível mental e espiritual.
Os Mestres enviam mensagens para todos nós que estamos conectados com
os Planos Superiores. Essas mensagens são transmitidas em forma de sinais, de
acontecimentos que não têm explicação lógica ou de situações fora de controle.
Essa maneira estranha de ser ouvido ou percebido é chamada de linguagem dos
sinais.
A quase totalidade de seres na Terra desconhece essa linguagem, a
surdez espiritual impede que recebam a mensagem, mesmo quando têm noção de que
fatos surpreendentes estão acontecendo em suas vidas. É mais simples atribuir
tudo ao acaso, e prosseguir na sua vidinha medíocre e destituída de sentido.
Nascer, crescer, trabalhar, ganhar, acumular e morrer. Que tristeza!
Quem não despertar desse pesadelo, que é viver sem razão, logo se dará
conta que a morte não é uma punição, mas uma bênção para que não sigam sofrendo
por este mundo afora. Cada criatura tem uma missão a cumprir, e se não a cumpre
afeta o Plano Divino para toda a humanidade. Se não fazemos a nossa parte, não
prejudicamos somente a nós mesmos, mas a todos os habitantes do planeta.
Pensem bem, meus caros leitores, na missão de cada um. Se tudo corre
bem na sua vida, boa saúde, recursos suficientes e harmonia familiar, há grande
chance de estar cumprindo a sua missão. Se, pelo contrário, sucedem-se as
perdas, a saúde está de mal a pior, perdeu o emprego, amigos se afastem e a
família foi dissolvida, então, está na hora de rever seus conceitos.
Não ponham toda a culpa nos karmas, muito do que têm feito nesta vida está
afetando a sua existência. Abram os seus olhos espirituais, e avaliem suas
condutas. A culpa nunca é dos outros, mas toda sua.
Os Mestres estão falando conosco, diretamente ou através dos Adeptos,
não nos façamos de surdos. Não alimentem seu analfabetismo espiritual, aprendam
a entender a linguagem dos sinais. Ou aprendem o que seus Mestres esperam de
cada um dos seus discípulos, ou vão continuar reclamando contra tudo e contra
todos, num lamento eterno até o último suspiro.