terça-feira, 18 de dezembro de 2012

KARMA - LEI UNIVERSAL DA HARMONIA




    
Meus fiéis leitores:
Faz tempo que não abordo um tema espiritual neste espaço que não é meu, mas nosso. Falta um pouco de tempo, e muito de paciência para ter de enfrentar certos fanáticos religiosos, que afirmam crer numa religião da qual eles desconhecem de onde se originam os seus dogmas.
O tema escolhido pode parecer provocação, mas, pelo contrário, é uma sincera tentativa de reconciliação. A Lei do Karma, ao contrário do que julga a plebe rude, não foi uma invencionice de Kardec, ao enunciar os princípios do espiritismo. Ela é tão antiga quanto o planeta em que vivemos, ou, melhor seria estender a sua idade, à do próprio universo.
Os seguidores de Jesus bem antes de identificá-lo com o Cristo acreditavam, e nem havia razão para que não o fizessem, na Lei do Karma e na Reencarnação. Nalguns trechos da Bíblia, certas passagens denunciam essas crenças, algumas delas incluindo diretamente o Mestre e seus apóstolos.
O fanatismo religioso e os interesses de bispos das inúmeras igrejas cristãs, incluindo a católica, negam ser a Lei do Karma, a verdadeira Lei de Deus. Tolos são os que confundem o inquestionável, ilimitado e eterno poder divino com as regras que foram estabelecidas pelo Criador, para o julgamento das falhas humanas.
Inspiro-me num estudo do teosofista Leslie-Smith, publicado no livro KARMA – a Lei Universal da Harmonia, para expressar algumas verdades sobre esse controverso assunto, menos por ele em si e muito mais pelos desencontrados interesses que o envolvem.
Crendo ou não, ninguém pode escapar dos efeitos de suas próprias ações. Se as causas dos seus erros não forem enfrentadas e superadas agora, permanecerão atadas karmicamente às suas vidas futuras. E, da mesma forma, crendo ou não na reencarnação e em vidas futuras, elas existirão, e cobrarão as dívidas kármicas das vidas passadas.
A questão dogmática religiosa cristã é se essas dívidas pessoais, a exemplo do que ocorre com as leis comuns, não podem ser redimidas ou saldadas por um benfeitor altruísta, um salvador da humanidade. O fervor da fé costuma criar soluções fáceis, quase sempre com a transferência de encargos e esforços para uma entidade divina, um santo ou um anjo.
Pensemos bem sobre a justificativa de tal transferência. Se nós cometemos um erro, por ignorância ou maldade, como admitir que, esse erro venha a ser perdoado por uma entidade superior, sem que nós venhamos a padecer os efeitos da nossa má ação?
Esse raciocínio de transferência é corriqueiro entre as religiões, alimentado por seus bispos, que parecem estimular salvo-condutos para os seus crentes, falando em nome do Criador. Tira-se o fardo do erro cometido das costas do pecador, e transfere-o para o salvador, qualquer que seja o Ser reverenciado por aquela igreja.
Assim, a Igreja Católica criou a confissão para o perdão dos pecados. O padre perdoa, está perdoado, e nem importa se, de fato, o pecador está arrependido. Quase sempre, o pecado confessado volta a ser repetido por sucessivas vezes, voltando a ser perdoado, ou não.
Desde o início dos tempos, e de acordo com os relatos sobre as práticas religiosas, o karma é considerado o destino que o homem tece para si mesmo. A cada vida lançamos as sementes da personalidade da próxima encarnação. Por que é tão difícil acreditar nesse sábio processo de evolução das almas, se ele é a mais simples e natural explicação para as diferentes vidas que nós levamos?
Como justificar que homens bons e aparentemente inocentes nascem para sofrer? Por que uns nascem pobres em bairros miseráveis, enquanto outros nascem em palácios cercados por riquezas? Por que uns nascem doentes e aleijados, e vivem assim por toda a vida? Por que uns morrem ainda crianças assassinados ou em desastres?
Que nos perdoem os fiéis e devotos religiosos que não têm coragem de contrariar o seu padre ou pastor, todas essas perguntas têm uma única resposta – KARMA. E que não se procure uma citação bíblica ou um pretenso milagre ocorrido no passado para justificar esses aparentemente injustos fatos de desigualdade de oportunidades.
Ou todos nascem iguais, com a mesma chance de sucesso no plano físico e de progresso no plano espiritual, ou não há como negar a reencarnação. E, reencarnação e karma se completam, já que estão uma a serviço do outro.
Surge, então, uma pergunta ainda mais intrigante – por que certas nações são prósperas e o seu povo, de certa forma, preservado de guerras e destruições? A resposta é que os karmas individuais são agregados às nações a que pertencem, formando-se o karma nacional. E a soma dos karmas nacionais dá origem ao karma mundial. E os karmas trazidos para esta vida pelos que nascem numa determinada nação influirão no karma dessa nação.  
Com isso, meu atento leitor, entende-se melhor aquela frase que cada povo tem o governante que merece, ou, de um modo mais abrangente, a vida que merece. Se, é o povo que determina com os seus karmas o karma da nação, nada mais lógico que cada habitante contribuindo com uma parcela do karma nacional se torne corresponsável pela sorte e pelo futuro da nação.
Agora, meus nobres amigos, respondam-me com sinceridade, onde a Lei do Karma contradiz os ensinamentos de Jesus? O Paraíso e o Inferno também são aceitos pelos que creem na reencarnação, só que não em caráter definitivo, mas como estadias passageiras. Afinal, como admitir que Jesus, que deu a vida para despertar a consciência da humanidade, fosse partidário de uma condenação eterna do pecador, para que ardesse nas labaredas do Inferno?
Ponham a mão na consciência e esqueçam as frases feitas, impingidas como verdadeiras, e reflitam comigo se um Deus de Amor seria capaz de tamanha crueldade. A Lei do Karma é muito mais justa do que essa lei que estão ensinando nos templos e nas igrejas.
A Lei do Karma é a lei divina porque prega o arrependimento e o perdão, assim como fazia Jesus, quando batia de frente com os escribas e fariseus. Não fiquemos do lado dos escribas e dos fariseus, que foram chamados de hipócritas pelo Cristo.
A lei do Karma condena como fazia Jesus, mas, como o Cristo, ela sinaliza com a salvação, através do aprendizado e da remissão dos pecados, numa próxima vida. Onde está a incoerência entre o cristianismo e a reencarnação? Não existe, nem nunca existiu.
Diziam que Jesus era Elias que tinha voltado, e os apóstolos foram ao Mestre, perguntar-lhe se aquilo era verdade. E a resposta foi que não, que Ele era o Cristo, o Filho de Deus, que também era o Filho do Homem. E este é um Mistério que só a poucos é dado conhecer.
Se a reencarnação não fosse aceita, como imaginar que João levasse a notícia ao Cristo com tal naturalidade, e que não fosse chamada a sua atenção pelo Mestre? Não, meus devotos leitores, a Igreja só passou a rejeitar a reencarnação cerca de 500 anos depois de Cristo, por motivos de acordos políticos e de interesses por manipular a vontade popular pelo Estado e pela Igreja. Mas, esta já é outra história...






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