sexta-feira, 21 de outubro de 2011

A RELIGIÃO DAS RELIGIÕES

Meus devotos leitores, no meu sacro-ofício de falar da espiritualidade oculta, eu me exponho uma vez mais à ira dos fanáticos e insensatos crédulos, que na sua insana crença religiosa, julgam sua fé inatacável e a sua religião a única que conduz a Deus.

Fanatizados pelo medo e pelas ameaças dos seus líderes, esses amedrontados devotos desconhecem as origens das diversas religiões espalhadas pelo mundo. E por desconhecer a História, eles se julgam os únicos abençoados pelas graças divinas, e, nessa ingênua crença, saem a atacar e a ameaçar os que professam outras crenças.

A origem do termo RELIGIÃO vem do latim, e tanto poderia ser uma derivação da palavra RELIGIO, que quer dizer “reverência pelos deuses e respeito pelo que é sagrado”, como do verbo RELIGARE, que se traduziria de uma forma livre como ”religar o ser humano a Deus”.

A missão de qualquer religião, portanto, é convencer a criatura humana a refazer o caminho sagrado, que nos conduz a Deus, e que, por diversos motivos, possa ter sido abandonado ao longo da jornada da vida.

De acordo com este princípio, a função precípua de uma religião é harmonizar, em cada um dos seus seguidores, a condição humana com a origem divina, especialmente naqueles que se sentem infelizes ou desesperançados. O desespero, por não ver sentido na vida, aliado ao sentimento depressivo, diante de fracassos e decepções, provocam desânimos e descrenças, e é nesse momento que surge a religião como a bóia de salvação para os náufragos do Espírito.

No mundo de hoje, poucos são os que buscam as religiões para se doar e se dedicar a servir seus irmãos, assumindo a verdadeira função do religioso, de ajudar os materialistas a se religar ao seu aspecto divino. A maioria só se lembra da religião quando passa por apertos e sofrimentos, e a busca de milagres é vista como a única salvação.

Desta forma, os templos e igrejas estão povoados com religiosos e crentes que esperam mais receber do que dar, em que a presença divina em suas vidas passa a ser uma empreitada obsessiva de catequizar e impor suas crenças, como uma forma de fortalecer a sua religião perante a sociedade. Isto, nada tem a ver com Deus, mas somente com a vaidade e o egoísmo humanos.

No ocidente, o Cristo é considerado o único Filho de Deus, ainda que Ele mesmo tivesse negado essa exclusividade, em conversa com seus apóstolos. No oriente, Buda é a salvação, é se desconhece a divina missão do Cristo.

Entre esses extremos, ainda temos os seguidores de Krishna e os de Maomé. Testemunhas de Jeová e Mórmons completam esse meu quadro de religiosos em conflito, na tentativa de provar suas verdades, e não a Verdade.

Dedicarei, daqui em diante, esta minha reflexão a Buda e a Cristo, que expressaram, mesmo em épocas diferentes, as mesmas verdades básicas, só que de formas distintas. Alice Bailey, em sua obra sobre o cristianismo, denominada Do Belém ao Calvário, menciona um parágrafo do livro “Religion in the Making, de A. N. Whitehead, que afirma:

“O budismo e o cristianismo derivam, respectivamente, de dois inspirados momentos da história: a vida do Buda e a vida do Cristo. O Buda deu Sua doutrina para iluminar o mundo; o Cristo deu Sua vida”.

Podem esses seres iluminados, que nos legaram doutrinas sagradas de divina sabedoria, ter suas divindades negadas, por meros religiosos, que no seu fanatismo e ignorância teimam em não reconhecer a um e ao outro como verdadeiros Filhos de Deus? Quem são esses sacerdotes e escribas hipócritas, que afirmam o que desconhecem?

Meus pacientes leitores, eu não costumo tomar partido, a favor e nem contra qualquer religião, admiro-as a todas, desde que cumpram suas sagradas missões de religar o homem a Deus, ou a respeitar o que é sagrado. Mas, também não me calo quando vejo que cegos insistem em querer guiar cegos.

Os escritos mais antigos, muitos deles do perfeito conhecimento dos mandatários das grandes religiões do mundo, profetizam para os tempos futuros uma única religião mundial - a religião das religiões. O ecumenismo cristão tentou dar uns passos nessa direção, mas foram tímidos movimentos, mais voltados para assumir o poder central, do que em criar um consenso em torno das diversas manifestações de fé a um único Deus.

Quem se dedica a estudar essas religiões espalhadas pelo mundo percebe que elas são diversidades em torno da Unidade Divina, em que interesses humanos separam e impedem a aproximação dos seus vários seguidores, mantendo-os afastados, dissociados e eternos rivais. Alegando conflitos de dogmas, posturas ou meras tradições, essas religiões vêm fomentando guerras e cometendo crimes contra a Humanidade e contra Deus, o que, segundo o Cristo, é a mesma coisa.

A História das Religiões, segundo afirma Alice Bailey, deveria conduzir a criatura humana ao reconhecimento de que, ainda que haja muitos mensageiros, existe uma única Mensagem. A Mensagem do Cristo foi a que veio consumar todas as mensagens anteriores, que foram transmitidas por outros Filhos de Deus, tão divinos em suas origens quanto Ele.

Buda foi o Grande Instrutor do Oriente e o Cristo o Salvador do Ocidente. Mas, fica no ar a pergunta: “Será que o Oriente aprendeu o que foi ensinado por seu Instrutor e o Ocidente se salvou com o sacrifício do seu Salvador?”

A resposta está diante dos nossos olhos, na tela da TV ou do computador. Uma ou outra atitude do Papa, e algumas ações mais ousadas do Dalai Lama, não conseguem sensibilizar os religiosos, que mantêm suas rivalidades.

Alice Bailey acreditava que o Buda preparou o mundo para receber o Cristo, com a sua mensagem e a sua missão salvadora. O mesmo se poderia dizer de Grandes Seres como Pitágoras e Platão, na Grécia, Krishna, na Índia e Lao Tzé, na China. Em várias épocas diferentes, esses Mestres encarnaram entre os humanos trazendo mensagens divinas que foram esquecidas com o tempo, ou usadas como armas para atacar e condenar os seguidores de outras crenças.

Meus atentos leitores, a triste realidade é que passados séculos e milênios, os religiosos ainda queimam seus desafetos na fogueira das vaidades ou queimam imagens de santos na sua intransigência religiosa. Ninguém parece ter entendido nada do que seus líderes religiosos deixaram como mensagens.

Até quando, tu ainda insistirás em convencer o teu irmão que a tua religião é a única que conduz a Deus? E tu que estás pensativo, por que não abraças o teu irmão e assiste uma missa ao lado dele e, depois, vão juntos à tua congregação ouvir a palavra do teu pastor?

E tu, bondoso judeu, o que estás esperando para freqüentar a mesquita do teu vizinho palestino e lá ouvir trechos do Alcorão, e, depois, levá-lo ao teu templo de orações, e pedir ao teu rabino que interprete para ambos, os ensinamentos do Torá?

Até quando, os homens continuarão a matar em nome de Deus? Como se pode falar em Deus, no meio do ódio e de assassinatos de velhos, mulheres e crianças? Os tempos são outros, mas as atitudes pouco mudaram. As Cruzadas já não têm mais sentido e a Inquisição foi reconhecida pela Igreja Católica como uma mancha negra na sua história. Mas, as rivalidades permanecem.

Dentro de mais algumas décadas, ou séculos, uma nova crença estará unindo os sobreviventes dessa humanidade suicida, que mata os seus irmãos e se mata, em nome de um Deus amoroso e protetor. Não mais existirão religiões, mas uma só religião que pregará o amor de todos por todos. Os Filhos do Homem serão todos potencialmente Filhos de Deus. E a religião das religiões surgirá revelando os segredos e mistérios da Natureza.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

TEIA AMBIENTAL - USINA NUCLEAR, NUNCA MAIS!





Teia Ambiental - em defesa da vida!

USINA NUCLEAR, NUNCA MAIS!

Meus amáveis e fiéis leitores, este seria o brado heróico que gostaria de ouvir do povo brasileiro – USINA NUCLEAR, NUNCA MAIS! Mas, não é em bom português que essa frase vem ecoando no mundo, mas em idiomas que jamais esperávamos ouvir, pronunciando esse grito de revolta.

Ouço os alemães berrarem nas ruas contra as Usinas Nucleares, e sou informado que na Alemanha, daqui para frente, elas não serão mais construídas. E as que já existem serão desativadas até 2022.

Agora há pouco tempo, no dia 19 do mês de setembro, leio a notícia que sessenta mil cidadãos japoneses enfurecidos foram às ruas protestar contra o uso da energia nuclear no país. Os manifestantes foram exigir do novo primeiro-ministro que suspenda os investimentos em energia nuclear.

Esses povos são reconhecidos como frios e ordeiros, e avessos à baderna e aos protestos. Se esses foram para as ruas, e estavam a cobrar das autoridades que parassem com essas atividades nucleares, certamente não se tratava de uma manobra política ou reivindicações econômicas.

Essas pessoas estavam lutando pela sua sobrevivência e a de todos nós, que habitamos neste planeta. Os japoneses estão pouco acostumados com protestos que levem tanta gente para as ruas. Acontece que a paciência desse pacato povo oriental chegou ao limite após o desastre de Fukushima, que juntou um abalo sísmico violento com um tsunami arrasador.

Uma grande área em torno dessa usina ainda está contaminada e a radiação está penetrando nos organismos desses japoneses, pelo ar, pela água e pelos alimentos. E ainda tem governante com a petulância de falar em progresso e crescimento econômico, apoiados em energia nuclear! É um desrespeito que passou do limite suportável para o ordeiro povo japonês.

O governo japonês anunciou um plano de reduzir a produção de energia nuclear no país, mas esse projeto levará décadas. E enquanto isso o povo continuará correndo os mesmos riscos de sempre, sem nenhuma segurança de que outros desastres semelhantes não voltarão a acontecer.

A reação japonesa, surpreendente, é verdade, mas perfeitamente coerente e justa, não foi de protesto, mas de indignação e revolta, que é bem mais do que um simples ato formal contra uma lei ou uma decisão governamental. O povo continua exposto à radiação, a usina de Fukushima continua contaminando ares e mares, adoecendo e condenando à morte milhares de cidadãos, e o governo anuncia que vai apenas reduzir o uso de energia nuclear!

Meus pacientes leitores, não há calma oriental que agüente! Os sessenta mil japoneses gritaram e se rebelaram em nome de todos nós, habitantes do planeta Terra. Que seres são esses que governam os povos? Onde eles pretendem chegar? Não se trata de um protesto japonês contra os governantes japoneses, mas de uma revolta de toda a humanidade contra essa visão curta das elites do poder.

As autoridades alemãs já definiram data para fechar suas usinas nucleares. Se elas cumprirão os prazos prometidos, ninguém pode saber, mas os cidadãos alemães já mostraram aos seus governantes que não estão de brincadeira.

E nós, meus leitores brasileiros, e nós! Até onde irá essa empáfia de nossos técnicos e autoridades, garantindo a expansão das usinas de Angra dos Reis, com a mais absoluta segurança.

A quem esses colarinhos brancos ou cinzentos pretendem enganar? Eles estão falando de usinas compradas na Alemanha, as mesmas que serão desligadas com prazo marcado, porque lá elas oferecem alto risco ao povo alemão.

E tu acreditas que a usina que é uma ameaça lá, será segura por cá? Não, tu não és tão ingênuo assim! Ou, se insistires, eu te verei como mal intencionado, com algum interesse escuso por trás dos panos.

Milhares de alemães foram às ruas dizendo não às suas usinas nucleares. E nós brasileiros as aceitamos calados, como se fosse uma fatalidade. Quantos de nós ainda precisaremos sensibilizar essa elite do poder que nós entendemos que progresso é qualidade de vida e segurança! Dinheiro é bom, quando não ameaça a vida da gente.

Pobres de nós, até quando continuaremos a eleger e a sustentar quem só pensa em si, e não está nem aí para os riscos que corremos, quando tomam essas decisões que nós, cidadãos, rejeitamos, mas que fogem do nosso controle!

As usinas alemãs serão desligadas, para garantir a segurança do povo alemão. As usinas alemãs serão instaladas no Brasil, para o progresso econômico do povo brasileiro. Tu entendes essa decisão, meu nobre leitor? Nem eu. Ou melhor, nós entendemos, só precisamos saber quem sairá ganhando pondo em risco a vida de brasileiros.

Ou será que os nossos alemães de cá são mais competentes do que os alemães de lá! A nossa Teia tem que tecer tramas entre os brasileiros mais conscientes, para que esses fios que irão colocar nossas vidas em risco jamais sejam ligados.

Vê se te liga meu atento leitor, te liga!