domingo, 30 de maio de 2010

UM MUNDO FORA DO TEMPO


Com esta postagem, estou participando da blogagem coletiva do Blog da Orvalho do Céu, cujo tema é Tempo x Espiritualidade
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UM MUNDO FORA DO TEMPO


Meus assíduos leitores, todos estamos cientes que o mundo que conhecemos e com o qual estamos acostumados é tridimensional, já que enxergamos as imagens à nossa frente não somente na sua extensão e altura, mas também em profundidade. No entanto, poucos se dão conta de que, diante da tela da TV, o mundo se torna bidimensional, ficando ao encargo da nossa mente imaginar a profundidade das imagens e identificar o volume do que nos é mostrado.

Os famosos óculos coloridos, populares na época dos primeiros filmes em terceira dimensão, tentavam de forma bastante rudimentar estimular a nossa percepção tridimensional, diante de uma tela plana. Hoje, o processo de transmissão em terceira dimensão está em fase bem mais adiantada e bastante aperfeiçoada, mas ainda não está ao alcance do consumidor em geral. Por isso, ainda assistimos filmes e programas de televisão em segunda dimensão, contando com o nosso poder de imaginação, para visualizar as cenas em diversos níveis de profundidade.

O mundo físico, portanto, é um mundo em terceira dimensão. Daí porque, diz-se que vivemos na matéria, onde o que existe é tangível, desde que, tudo aquilo que os nossos olhos vêem pode ser tocado e comprovado fisicamente.

A escritora e terapeuta espiritual Chris Griscom, no seu livro O Tempo é uma Ilusão, afirma que no tratamento de distúrbios emocionais, os seus pacientes que revivem a infância ou regridem a vidas passadas comportam-se como se o presente e o passado não estivessem separados, mas unidos no aqui e agora. Diante da sua experiência em lidar com essas formas de recuo no tempo, seja nesta vida ou em vidas passadas, ela chegou à conclusão que deu origem ao título do livro – o tempo é uma ilusão.

A afirmação dessa escritora poderia causar um compreensível mal-entendido, uma vez que a nossa vida, nesse mundo agitado em que vivemos, é toda ela controlada pelo relógio, e para tudo, ou quase tudo, sempre nos falta tempo. Se o tempo não existe, como afirmar que não temos tempo para isto ou para aquilo?

A resposta vem da ciência, o grande sustentáculo das eternas verdades espirituais. Como já mencionei, e por diversas vezes, a ciência e as antigas religiões sempre caminharam juntas e serviram, durante muito tempo, de ponte entre o mundo físico e o mundo espiritual. A cisão entre as duas deu-se na Idade Média, com a malfadada união da Igreja com o Estado, quando a ciência tornou-se materialista e a religião apoderou-se do direito de legislar sobre tudo que fugia da visão racional da época.

Conta-nos Dana Zohar, no seu livro Através da Barreira do Tempo, que no início do século passado, mais precisamente em 1905, com a publicação da Teoria Especial da Relatividade de Albert Einstein, a compreensão do tempo mudou radicalmente, e todos os conceitos de espaço e tempo jamais voltariam a ser os mesmos.

Antes da Teoria da Relatividade, o mundo seguia a afirmação dos físicos clássicos daquela época, dentre os quais o mais famoso, Isaac Newton, de que “o tempo era absoluto, fluindo sem qualquer relação com fatos externos e que o espaço, por sua própria natureza, permanece igual e imutável, sem relação com nenhum fator externo”.

De acordo com a nova teoria de Einstein, espaço e tempo absolutos não existem, e nenhum dos dois pode ser descrito separadamente. O movimento através de um espaço leva algum tempo, e a relação espaço-tempo deve ser reajustada em função do ponto de vista de cada um. E esse ponto de vista depende sempre da velocidade em que viaja o observador ao se comparar com o ponto de vista de outro.

Diante da Teoria de Einstein caia por terra os antigos conceitos newtonianos, passando o tempo a ser visto como um fator quadridimensional, sempre numa relação contínua com o espaço percorrido.

A ciência quântica, anos após a Teoria de Einstein, veio aprofundar ainda mais toda a discussão nos meios científicos, demonstrando que, se a as teses de Newton eram válidas para o mundo atômico, elas não poderiam ser aplicadas no mundo subatômico.

O mundo atômico é o mundo material que conhecemos no plano físico, enquanto o subatômico é o mundo em que os videntes e os profetas circulam em busca das precognições para o futuro e das visões dos acontecimentos de eras passadas.

Que tal conceituarmos nós, à revelia dos cientistas e religiosos, ser o mundo tridimensional o mundo dos homens e o quadridimensional, o dos deuses? Assim acabaríamos concluindo que o tempo é o elemento divino na composição da vida no plano físico.

O corpo físico seria, então, o fator determinante da nossa vida no espaço da matéria, enquanto a alma seria o fator espiritual temporal que anima a cada encarnação um novo corpo físico.

A alma, como entidade espiritual, não precisa de um corpo para existir, assim como o tempo, como uma energia divina, independe do espaço. Mas, ambos necessitam de suas contrapartes físicas, quando se manifestam na terceira dimensão. Não há vida planetária, sem o binômio corpo-alma, e sem o “continuum” espaço-tempo.

O Espírito é a essência em qualquer dimensão, pois antes da criação dos universos e das suas galáxias, Ele já existia como o Imanifestado, O que já era antes de ser, O que criou antes que qualquer coisa fosse criada. Na Numerologia da Alma, Ele era o Número Zero antes do Um.

O tempo é o intangível na relação do Espírito com a Matéria, enquanto o espaço é o tangível, o que se pode dimensionar pelo toque e pelo olhar. O tempo de um dia na Terra dura 24 horas, mas, em Vênus, cada dia corresponde a 243 dias na Terra, de onde se conclui que o tempo no planeta Vênus, para nós, seria muito lento, quase parando.

Imaginem bem, meus caros leitores, como seria um aparente absurdo para as nossas mentes, ouvir um venusiano dizer que não tem tempo para fazer alguma coisa, se o dia dele só termina depois de se passarem 243 dias na Terra.

O homem inventou o relógio para policiar o seu tempo, e com isso criou condicionamentos dos quais não consegue escapar, a não ser que rompa com todo o sistema controlador da raça humana, que tem no dinheiro a sua divindade milagreira. Se permanecer preso ao relógio, o ser humano jamais se libertará para a vida espiritual.

O tempo é a divindade na 4ª dimensão, a presença divina, mas não, a Divindade Criadora. O tempo permeia a matéria, transcende o plano físico e viaja por mundos sutis, onde se pode ver o passado, o presente e o futuro, por deslizar por um caminho circular e jamais linear.

O tempo é divino, assim como o taoísta vê a presença divina em tudo que existe, visível e invisível, presente ou ausente, falso ou verdadeiro. A doutrina do Tao se parece com a teoria quântica que reconhece influências e presenças até no que nunca chegou a se materializar, e que não passou de uma possibilidade dissipada antes de se concretizar.

Há muito a se aprender nesse mundo tecnocrático e pretensioso em que se vive. Um povo nômade, que vive no deserto, compara o passar do tempo ao rio, em que não se pode tocar na mesma água por duas vezes seguidas, porque a água que passa não voltará a passar. O divino que há no tempo oferece oportunidades que precisam ser aproveitadas num determinado espaço-tempo, pois poderão jamais se repetir.

Esse povo, denominado tuareg, recomenda que se aproveitem todos os instantes da vida, pois quem vive sem tempo, não tem tempo para viver. E quem vive repetindo que não tem tempo, nunca terá. Se viver transferindo tudo para amanhã, o amanhã nunca chegará.

A sabedoria não vem dos sacerdotes e dos escribas, mas de todos que despertarem a tempo e a hora para as verdades divinas que já existem dentro de todos nós. O tempo não espera por ninguém, nem passa correndo à nossa frente, ele é uma realidade do “continuum” espaço-tempo, que depende do observador e da velocidade dos movimentos.

Li, certa vez, no livro O Espírito esse Desconhecido, escrito por um cientista francês, cujo nome não me recordo, que Deus está nos elétrons. Muito interessante essa afirmação de um cientista, pois a física quântica afirma que os elétrons ora se comportam como partículas, e então são visíveis, e ora como ondas, quando não podem ser observados.

Meditem os meus fiéis leitores, sobre esse intrincado dilema do homem com o tempo, e procurem suas próprias respostas. Eu permaneço em minha peregrinação em busca da minha Meca, como fazem os muçulmanos, sem fundamentalismos ou exageros de homens-suicidas que querem partir para a companhia de Alá. Contento-me com o meu aprendizado ao longo da estrada, caminhando, refletindo e revendo os meus conceitos.

O tempo dirá quem está com a razão. Ou seria melhor afirmar que quando atingir a 4ª dimensão tudo ficará visível aos meus olhos? Todos nós precisamos deixar desabrochar a espiritualidade represada em nossas almas, para que não precisemos reencarnar nunca mais, e passemos, então, a viver a serviço do Tempo, num mundo fora do tempo.


sábado, 22 de maio de 2010

DE CORPO E ALMA

Com esta postagem, estou participando da blogagem coletiva do Blog da Orvalho do Céu, cujo tema é Corpo e AlmaxEspiritualidade.
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DE CORPO E ALMA
Meus assíduos leitores, ao iniciarmos mais uma jornada pelos caminhos da espiritualidade,
desejo convidá-los a tomar consciência, a cada passo, do verdadeiro sentido de uma peregrinação, que não é atingir o fim da estrada, mas aprender enquanto se caminha. O nosso tema é a relação espiritual que une o corpo à alma, e ambos à vida. Não há vida sem corpo, não há corpo vivo sem alma.
A alma é a essência espiritual em permanente evolução. O corpo é o veículo através do qual a alma realiza o seu processo evolutivo. O corpo físico para ter vida precisa da energia que lhe é conferida pela alma, por isso diz-se que a alma anima o corpo, dá-lhe o ânimo vital. Se a alma anima o corpo, não é menos verdade que é o Espírito que anima a alma. Muitos, porém, confundem alma com espírito, e não os condeno, pois há um inegável apelo popular nesse sentido.
No entanto, o Espírito de que falo não é uma energia individual encarnada na matéria, mas um poder maior que envolve todo o sentido da vida, e que muitos reconhecem como Deus.


Evitemos grandes aprofundamentos teosóficos, filosóficos ou teológicos, e tentemos reconhecer essa presença divina num corpo humano. O Espírito é o que as religiões cristãs costumam chamar do Espírito Santo e que o taoísmo identifica como a presença do Tao. O Espírito não deve ser visto como o Criador, o Deus Único e Verdadeiro, o Absoluto, o Incognoscível, mas como uma manifestação Dele em cada um de nós.
A Doutrina Secreta denomina de avatarização ou encarnação crística a manifestação divina, em altos níveis de consciência espiritual, numa alma encarnada num corpo físico.
Pensando-se bem, todos os seres humanos são “cristos” em potencial, e assim como aconteceu com Jesus, poderá vir a acontecer com outros seres humanos, de serem avatarizados pelo Espírito. Os cristãos devem já ter lido nos seus livros sagrados, que Jesus prometeu a descida do Espírito Santo, depois que Ele houvesse partido desta vida, por intercessão dele junto ao Pai.
O Espírito Santo habitava em Jesus, como
habita em todos nós. A diferença está no nível de consciência de cada um. Jesus reconhecia a presença divina em sua alma e tinha consciência de como utilizar esse poder no plano físico, assim como também ocorreu com Pitágoras, Gautama, Lao-Tzé e outros Mestres que por aqui passaram, trazendo mensagens anteriores as de Jesus, para despertar a consciência da raça humana.

A nossa alma é uma entidade individual, inserida num contexto coletivo – o Espírito, que precisa de um corpo físico para a sua evolução espiritual. À medida que as nossas almas evoluem, o Espírito também evolui. Assim dá para perceber que o Espírito não pode ser Deus, pois o Deus Verdadeiro já é a própria evolução, e não depende de nada, ne
m de ninguém para a sua expansão. As almas, porém, necessitam de um veículo, e esse veículo é o corpo físico, que nasce com uma personalidade própria, a ser desenvolvida vida após vida, a fim de transferir para a alma as experiências adquiridas a cada encarnação.
A personalidade inspirada pela alma deverá cumprir, a cada encarnação, uma determinada missão para que se dê a evo
lução da alma. Mas, nem sempre alma e personalidade caminham juntas e trabalham em perfeita harmonia, e quando isso acontece ocorrem sérios distúrbios de comportamento, com a alma sentindo de uma forma e a personalidade agindo de outra. As desarmonias entre alma e personalidade são as responsáveis pelos distúrbios emocionais e pelas doenças físicas, pois tudo que contraria os desígnios da alma se reflete no corpo físico.
Os conflitos psicoemocionais decorrentes dessas desarmonias podem acarretar sérios problema
s mentais e graves doenças degenerativas. Ainda que a medicina ocidental tenha o mau hábito de atribuir todos os males do corpo a causas físicas, desde eras muito antigas que o homem já tinha consciência da relação entre a alma e a personalidade, ou como se costuma dizer entre corpo e alma. Hipócrates, o pai da medicina, já ensinava esse dever de casa. Pitágoras, o grande mestre da filosofia grega, passava a seus discípulos os ensinamentos que relacionavam as doenças do corpo aos conflitos entre a alma e a personalidade. O Dr. Bach, descobridor dos poderes de cura dos florais, afirmava que as doenças são os resultados das desarmonias entre a alma e o corpo.

A espiritualidade entra nessa história para pôr ordem na casa, e a nossa, e verdadeiramente nossa, casa é o corpo físico que abriga o nosso ego divino – a alma. É dentro desse abrigo que deve viver protegida a nossa alma. E como uma hóspede consciente dos seus deveres, a alma deverá cuidar muito bem dessa casa, para que não venha a cair, um dia, na sua própria cabeça. Todos nós, seres bons e maus, cidadãos e ladrões, beatos e ateus, crentes e descrentes, enfim, todos sem exceção estamos conectados ao Espírito. Não há um só ser no mundo que não tenha em si a essência divina. O que diferencia uma criatura da outra é o nível de consciência que cada uma tem sobre a sua ligação com o poder divino e o que isso pode e deve representar na sua vida. Nós não somos simples corpos físicos alimentados por uma mente pensadora, que decide quanto aos rumos mais convenientes a seguir. Nós somos almas, inspiradas pelo Espírito Divino, que encarnamos num corpo físico, para que se dê a evolução de nossas almas.
Ninguém vai ser feliz entregando o seu futuro nas mãos dos outros. Não importa quem seja esse alguém,
pode ser um pai caridoso e sempre pronto a perdoar o seu “filho pródigo”, pode ser um padre ou pastor dedicado ao seu rebanho ou pode até mesmo ser um deus distante, criado à imagem e semelhança dos homens. A única solução para a suprema felicidade, a qual Gautama, o Buda, chamou de iluminação e Jesus, o Cristo, denominou o Caminho, a Verdade e a Vida, é cada um assumir as suas responsabilidades e tratar de cumprir a sua missão. Esperar o milagre dos céus pode causar grandes decepções. Contar com o exorcismo do pastor pode acelerar muito mais do que interromper os fracassos na vida. Pedir ajuda ao pai, ao patrão ou ao político, pode tão somente adiar e agravar ainda mais os problemas em questão. Ou se abraça a missão, apesar dos karmas e dos tropeços ao longo do caminho, ou há de se retornar muitas vezes a este mundo até que se aprenda a verdadeira lição de viver para morrer, e morrer para viver. O corpo conduz a alma, enquanto a alma guia o corpo. Corpo e alma se tornam um só, quando se inspiram e seguem os desígnios do Espírito. E quando isso acontece, não é um só que se ilumina, mas a humanidade inteira que se beneficia do despertar daquela união de alma e corpo – corpo e alma.

domingo, 16 de maio de 2010

O ESPÍRITO DE DEUS

Com esta postagem, estou participando da blogagem coletiva do Blog da Orvalho do Céu, cujo tema é NaturezaxEspiritualidade.
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O ESPÍRITO DE DEUS

A Alma do Mundo é o Espírito criador agindo de forma ininterrupta para sustentar a vida na Terra. A Mente Divina não descansa um momento sequer para não perder o controle sobre a evolução planetária.

As criaturas humanas evoluem e se tornam seres sábios e poderosos. As demais formas de vida no planeta crescem juntas com a humanidade, e também evoluem.

O Universo evolui e arrasta atrás de si sistemas solares, estrelas e planetas, que também evoluem. Tudo está em contínuo movimento evolutivo, e a raça humana é uma das múltiplas consciências em permanente evolução.

A ação exige uma coordenação, e antes disso, um poder criador. O Universo é inteligente, e há um programa que integra e comanda as peças em movimento, fazendo-as interagirem, enquanto processam suas evoluções.

Esse poder, criador, controlador e integrador, é Deus e, o ato de servi-Lo e respeitá-Lo, conhecido como espiritualidade.

Espiritualidade seria, então, a relação natural do homem com Deus, da criatura com o Criador. Essa relação exige certas condutas e crenças que, se não forem adotadas, afastam o homem de Deus.

As condutas e as crenças deverão respeitar e preservar toda a Criação, por ser a obra prima do Deus Criador e Mentor das ações humanas.

Se Deus criou tudo e todos, nada existe sem que tenha sido por Ele criado. Servi-Lo e respeitá-Lo, portanto, exigirá também respeito e preservação por toda a sua Criação.

A espiritualidade é a interação perfeita entre o Espírito, Deus, e a Matéria, a Criação. As pessoas espiritualizadas são aquelas que têm a consciência plena de que são espíritos encarnados na matéria, mas que não são as únicas obras criadas pelo Criador.

O Criador do Universo criou o Todo, os Céus e os Planetas, o Bem e o Mal, os Deuses e os Diabos, Os Paraísos e os Infernos, o homem, os animais, os vegetais, os minerais e todos os demais seres da Natureza, os cultos e os ocultos.

Uma coisa é certa, Deus não criou as religiões. Ele não seria capaz de na sua infinita bondade criar uma obra que gerasse tanto ódio, tantas rivalidades e tantas guerras.

A religião é invenção do homem, a espiritualidade é criação de Deus.

Os seres espiritualizados podem até ser religiosos, mas nem todos os religiosos são espiritualizados. As religiões funcionam como pontes ao longo do caminho, jamais como metas finais.

A Natureza é obra divina, e como tal deve ser amada e respeitada. Os animais são criações divinas, e precisam ser tratados com humanidade. As florestas são sagradas por esconderem os nascedouros dos mananciais de águas cristalinas que agem como o corpo de emoção do planeta. Os minerais são divinos e poderosos por conterem energias que retêm a história da vida planetária.

Desrespeitar tudo isso é desacreditar num Deus Criador. Maltratar a Natureza é se mostrar insensível à obra amorosa do seu Criador. Sacrificar de forma selvagem os animais é se mostrar desumano e cruel com um irmão de outro reino.

Todos somos irmãos, os homens e os animais, os minerais e os vegetais.

Se um dia, um desses reinos desaparecesse da face da Terra, todos os demais também desapareceriam.

O homem terá que entender, por bem ou por mal, que não foi ele que tramou a teia da vida, que ele é um mero fio deste emaranhado divino.

Há mais de 150 anos atrás, um índio ensinou ao homem branco a sua primeira lição de ecologia, afirmando que “a terra não pertence ao homem, é o homem que pertence à terra”. Isto é espiritualidade. Isto é atitude ecologicamente correta.

Não se pode confessar amor a Deus, sem amar a Natureza. Não se pode confessar amor a Deus, enquanto se sacrificam animais de forma cruel para satisfazer apetites sofisticados. Não se pode confessar amor a Deus, derrubando-se árvores para ganhar dinheiro. Não se pode confessar amor a Deus, poluindo rios e mares, com a desculpa de gerar mais renda e empregos. Não se pode confessar amor a Deus, destruindo florestas, desviando rios e inundando áreas, com a justificativa de gerar mais energias para o progresso da sociedade.

A terra não pertence ao homem, é o homem que pertence à terra.

FIM
















quarta-feira, 12 de maio de 2010

INICIAÇÃO HUMANA




Muitos dos meus assíduos leitores têm ouvido falar de Iniciação, como na recente postagem sobre o Festival de Wesak, quando mencionei o livro de Alice Bailey, “Iniciação Humana e Solar”.

Mas o que seria exatamente a Iniciação?

No livro de Alice Bailey, acima mencionado, a autora explica que chega um momento na vida de qualquer ser humano que o foco dos seus interesses começa a mudar das conquistas materiais para o progresso espiritual.

Depois de um longo período de preparação, que pode ocupar várias encarnações, o discípulo se apresenta diante do Portal da Iniciação, e a partir desse momento ele estará mais próximo do seu Mestre.

Cada passo dado ao longo do caminho exigiu muitas renúncias e desapegos. A passagem pelo Portal, no entanto, irá custar-lhe muitos sacrifícios. Sacrifícios que não serão impostos, mas assumidos voluntariamente.

O processo de Iniciação é uma peregrinação, na qual o discípulo é o peregrino e a sua meta chegar diante do Mestre. À medida que caminha em sua jornada, o discípulo aprende com o sofrimento e extrai conhecimentos de cada uma dessas experiências. Esses momentos têm a intenção de submetê-lo a provas e fortalecê-lo espiritualmente.

Enquanto caminha e medita sobre os nobres ideais que o levaram a essa jornada, o discípulo se defronta com os seus conflitos mais íntimos e se confronta com as seduções e tentações da matéria que o levam a questionar as suas renúncias.

A Iniciação, diante da lógica e da razão, é um ato de loucura, por expor o discípulo a toda sorte de sacrifícios, assumidos voluntariamente, com um único intuito, o de promover um progresso espiritual bem acima da compreensão humana.

A Iniciação, sob esse aspecto, não é uma decisão racional, por não ser uma conseqüência de estudos, comparações e avaliações, mas um sentimento incontrolável que nasce no fundo da alma, e foge ao controle do nosso ego encarnado.

O discípulo que vinha mudando lentamente o seu comportamento sente um impulso que parece fugir do seu controle, por expressar um anseio muito intenso da alma. A vida como antes era vivida perde o sentido, os prazeres antes cultuados já não o atraem mais e ele passa a buscar algo subjetivo, que nem sabe explicar o que seja, mas que nada tem a ver com o que, até então, despertava-lhe o interesse.

Diz-se, então, que o discípulo atravessou o Portal da Iniciação, e caminha em direção ao seu Mestre, que o espera como um pai diante de um filho que retorna ao lar. Daí em diante, os valores mudam, as atitudes surpreendem, as palavras comovem, e nada mais é como era antes.

Segundo Alice Bailey, na primeira Iniciação, o controle sobre o corpo físico deve ser dominado, mas nem sempre esse ideal é facilmente atingido, e costumam ocorrer quedas. O iniciado, no entanto, deve expressar conscientemente a sua convicção de atingir esse ideal, reconhecendo os seus defeitos e reafirmando os seus propósitos de jamais desistir de perseguir a sua evolução espiritual.

Essas quedas, durante o processo, podem prejudicar o grupo de discípulos do qual faz parte, ficando sujeito aos karmas de compensação, cuja sentença será aplicada, mesmo que inconscientemente, pelos membros do seu grupo. Isso costuma provocar retardo no processo de Iniciação desse discípulo, que somente será retomado após ter-se esgotado completamente o karma com os membros prejudicados.

Os iniciados, por serem canais intensificados de energia, provocam efeitos mais poderosos, diante dos seus erros e acertos, do que um ser menos avançado, resultando em punições ou prêmios bem maiores e com enorme poder de repercussão. Se o iniciado errou, ele somente prosseguirá a sua jornada espiritual, depois de pagar todo seu débito kármico.

A palavra INICIAÇÃO tem a sua origem de duas palavras latinas: “IN” que se traduz por DENTRO DE; e “IRE”, que significa IR ou ANDAR. Portanto, poderíamos defini-la como INGRESSO EM ALGO.

Literalmente, o homem que recebeu a primeira Iniciação é aquele que deu o primeiro passo no reino espiritual e que passou do reino apenas humano para o super-humano. Cada Iniciação representa a aprovação do aluno para um curso mais adiantado, levando-o a um estágio superior de consciência, até que venha a dominar o completo entendimento para ver e ouvir em todos os planos.

Nem todas as pessoas se desenvolvem exatamente ao longo das mesmas linhas ou de linhas paralelas e, portanto, não podem ser baixadas regras inflexíveis ou fixas quanto ao exato procedimento em cada Iniciação. Muito depende do Raio do discípulo, do seu desenvolvimento e do seu karma individual.

Muitas vidas podem decorrer entre a primeira e a segunda Iniciação. Um grande período de muitas encarnações pode passar antes que o controle do corpo astral seja aperfeiçoado e o iniciado esteja pronto para o próximo passo.

Situações semelhantes se sucederão nas Iniciações seguintes, a cada passagem de uma Iniciação para outra. A jornada é longa e dolorida, mas também rica e prazerosa. Quem não estiver preparado se amedrontará e quem já houver despertado para os Mistérios se encantará.

O ego encarnado, a personalidade, poderá resistir por algum tempo, mas logo será convencido pelas convicções da alma, a se entregar à magia do processo, então não haverá volta.

Muitos de vós, caros leitores, já poderão ter ouvido o chamado interior, talvez ainda baixo e pouco perceptível, mas tal qual um canto de sereia, sedutor e cheio de encantamento. Agora mesmo, podem estar-se perguntando, será que foi aquela visão passageira, aquela força estranha ou aquele desejo sem controle?

A Iniciação é uma onda que nasce na mente do Mestre e que vem quebrar na praia do discípulo, arrastando-o para o fundo, como se o chamado atraísse para os mundos interiores, repletos de segredos e mistérios que precisam ser entendidos e decifrados.

Diante do chamado, não é mais a personalidade que decide o caminho a seguir, mas a alma que assume o comando e impõe ao corpo físico uma nova ordem que prevalecerá dali pra frente.

Convoco-vos a todos que permaneçam atentos, pois com a chegada dos novos tempos, muitos estão sendo chamados, mas, certamente, poucos serão os escolhidos. Não resistam, tentando prender-se à matéria, pois o chamado do Mestre soará como uma ordem para a alma do discípulo.

Permanecei atentos e vigiai, pois o chamado não tem dia nem hora.